Hoje eu perdi parte de você
Mas como perdi algo que nunca tive?
Não sei, só sei que perdi.
Você não estava mais lá
Meu peito bateu mais forte e continuei te procurando
De forma inútil, você não estava mais lá.
E por um momento eu entendi que não tinha perdido só você.
Eu perdi parte de mim, parte dos meus sonhos, da minha esperança
Eu perdi a minha parte que estava com você.
Você se foi.
Não me deixou imagens, não me deixou mensagens, apenas me deixou.
Vazio e ao mesmo tempo tão cheio de porquês.
E então eu me lembro que não se pode deixar alguém com quem de fato nunca se esteve.
Doeu.
Respiro e tento guardar comigo o pedacinho de você que ainda existe em mim
Como espero que tenha guardado o pedaço de mim que me levou.
Mas como tudo que fica guardado muito tempo,
Um dia a gente esquece.
quinta-feira, 22 de janeiro de 2015
sábado, 10 de janeiro de 2015
Lanterna dos Afogados
Era só mais um dia qualquer.
Ele distraído como sempre não reparou que o Mar tinha chegado as montanhas, mas o mar, irreverente, sempre se faz notar.
Foi chegando de mansinho e lhe mostrou que também tinha suas ondas. E por uma dessas ondas Ele se deixou levar. Não era um bom surfista, mas melhor assim, nunca fora uma pessoa de superfícies.
Na ausência de todos, visitaram o céu, que naquele instante era só deles. E como que por capricho, na presença do Mar, o céu mudou sua cor, como se o azul fosse uma exclusividade marítima.
Se era cedo, ou tarde, já nem sei, mas Ele se deitou, o Mar lhe acompanhava, e naquele momento o dia pra eles foi noite.
O Mar adormeceu primeiro e naquele sono tranquilo resplandeceu toda sua beleza. Ele tentou se afastar, mas de certo sem muito esforço, afinal não era o que queria, e de qualquer maneira, o Mar não lhe permitiu.
Acordaram unidos, como um velho casal. O Mar porém era inconstante, e logo as ondas se foram. Em pouco tempo Ele também se foi, mas era tarde de mais, já tinha se afogado.
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