sábado, 10 de janeiro de 2015

Lanterna dos Afogados


Era só mais um dia qualquer.

Ele distraído como sempre não reparou que o Mar tinha chegado as montanhas, mas o mar, irreverente, sempre se faz notar.

Foi chegando de mansinho e lhe mostrou que também tinha suas ondas. E por uma dessas ondas Ele se deixou levar. Não era um bom surfista, mas melhor assim, nunca fora uma pessoa de superfícies.
Na ausência de todos, visitaram o céu, que naquele instante era só deles. E como que por capricho, na presença do Mar, o céu mudou sua cor, como se o azul fosse uma exclusividade marítima.

Se era cedo, ou tarde, já nem sei, mas Ele se deitou, o Mar lhe acompanhava, e naquele momento o dia pra eles foi noite.
O Mar adormeceu primeiro e naquele sono tranquilo resplandeceu toda sua beleza. Ele tentou se afastar, mas de certo sem muito esforço, afinal não era o que queria, e de qualquer maneira, o Mar não lhe permitiu.

Acordaram unidos, como um velho casal. O Mar porém era inconstante, e logo as ondas se foram. Em pouco tempo Ele também se foi, mas era tarde de mais, já tinha se afogado.

Nenhum comentário: